Sou filho da macumba
Não posso negar
Sou filho da macumba
Não nego meu naturá
Sou filho da macumba
Sou filho de macumbebê
Sou filho da macumba
Sou neto do jarê
De quem é, de quem é
De quem é que eu vou ter medo
Mas se eu sou feito da macumba
De quem é que eu vou ter medo
Ô que caboclo é esse
Que chegou até aqui
Caboclo da mata bruta
Da mata do cangoji
Tava na aldeia de jacuritá
Tava na aldeia de jacuritá
Pra que meu Deus, pra que meu Deus
Pra que mandou me chamar
Eu vinha de jacuritamba
Passei pelo jacuritá
Chamei três curimbeiros
Que eu vinha aqui sambar
Segura o samba meus curimba
Segura o samba que eu vim sambar
Eu estava no meio do mar
Mas quando ouvi uma voz me chamar
Eu estava sentado em uma pedra
Ouvi a voz do caboclo Sete-Serra
Pisa no chão devagar
Você pisa no chão devagarinho
Pisa no chão devagar
Você pisa no chão devagarinho
Boa noite meus senhores
E também minhas senhoras
Deus abençoe esse caboclo
Por Santa Virgem da Vitória
Boa noite meus senhores
General e Capitão
Deus abençoe esse caboclo
Que ele é rei de batalhão
Não tenho pai, não tenho mãe
Mas o que é que eu vou fazer
Só tenho por mim Jesus
E o velho Baluaê
Não tenho pai, não tenho mãe
Ê, lá nas matas eu me criei
Com a idade de doze anos
Meu pai era africano
Que sina trouxe eu
Ele é o caboclo da macumba
Ele é o caboclo macumbeiro
Ele sabe a macumba onde está, ê
Se me pagar a macumba eu vou buscar
Ô mãe onde é que eu me escondo
Ô mãe, o que é que eu vou fazer
Ô mãe, cadê minha samambaia, minha mãe
Para me esconder para a onça não me ver
E olha a palha do coqueiro, olha lá
Se meu caboclo for embora eu vou buscar
Olha aê, olha lá
Se meu caboclo for embora eu vou buscar
Ô, mãe, eu vou para a mata
Vou à procura de uma moita de espim
Ô mãe, me ajuda a me esconder
Minha mãe
Tem feiticeiro procurando por mim
Joguei minha flecha para cima
Não sei onde ela foi cair
Ela caiu numa aldeia tão longe, minha mãe
Aldeia longe, aldeia dos cariri
Nunca atirei a minha flecha
Nunca atirei pra não ver cair
Eu joguei minha flecha pra cima
E acertei uma juriti
Ogum é meu, Ogum é meu
Ogum é meu, foi meu pai que me deu
Ogum é meu
Eu bem disse camarada, que eu vinha
Na sua aldeia, camarada, um dia
Ô meus caboclos veio
Veio, veio, veio
Ô meus caboclos veio
Comer fruta no Pará-ê
Aldeia tava fechada
Meu deus que caboblo é
Aldeia de caboclo brabo
Ô é reré
Passeando pela mata da macumba
Como vai, como passou, seu moço
Deus que lhe dê boa noite, seu moço
Deus que lhe dê boa noite, camarada
Pegue esse boi, calunga
Amarra no mangueiro, calunga
Tira o couro dele, calunga
Pra fazer pandeiro, calunga
Você matou seu pai, calunga
Mas não mata o meu, calunga
Olha lá seus filhos-de-santo, calunga
Pra não se atrapalhar, calunga
Ó o rei, ó o rei, ó o rei de Napoleão
Quem foi que matou a baleia
Foi o mesmo que matou o dragão
Ô viva, viva o rei, viva o rei de Napoleão
Esse caboclo é duque
É duque da mata
Esse caboclo é duque, meu Deus
Ele tem penacho
Eu andava em um caminho
Encontrei com três judeus
Meu Jesus que povo é esse
Jesus me arrespondeu
Caboclo duque da mata
São Judas de fariseu
Deus que lhe dê boa paz
Jesus que me dê boa luz
Nós sabemos o dia de hoje, meus irmãos
E amanhã só quem sabe é Jesus
A galha do pau caiu
Com o peso dos orixás
Tenha fé em Deus, orixá
Caiu, torna a levantar
Sou eu, Sete Serra
Eu tiro pemba em aroeira
Sou eu meu pai
Minha morada é em cachoeira
Onde está seu Sete Serra
Aê abaeçá
Eu tava no caminho da jutaia
Esperando rei de Ogum passar
Eu tava no meio do mar
Mas quando eu vi uma voz me chamar
Eu tava sentado em uma pedra
Eu vi a voz do caboclo Sete Serra
Ô zum, zum, zum, zoou na aldeia
Ô zum, zum, zum
Na aldeia de caboclo brabo
Eu sou um caboclo que moro nas matas
Sou companheiro de sultão das Matas
Eu já vou embora
Lá pra marojia
Meu pai Sete Serra
Segura na sua filha
Chefe dos índios chama os índios na aldeia
Chefe dos índios chama os índios na aldeia
Na aldeia, caboclo, na aldeia
Na aldeia, caboclo, na aldeia
Ô êra, ô êra, ô êra
Seu rei das flores passou por aqui
Ô êra, ô êra, ô êra
Quem foi que trouxe índio bravo pro Peji
Chegou Índio da mata dos cangojis
Cheguei agora eu vi as penas sacudir
Chegou Índio da mata da juremeira
Eu sou um caboclo
Que só ando é nas carreira
Ó Índio ê, ó Índio á
Chegou da mata bruta
Com todos seus orixás
Caboclo da mata o que é que come
Folha verde de guiné
Se não achar a folha verde
Come a folha que tiver
Tupinambá é índio
Tupinambá não erra
Tupinambá é índio
Ele é vencedor de guerra
Tupinambá chegou, Tupinambá chegou
Tupinambá chegou da torre de Babilônia
Da torre de Babilônia
Caboclo índio eu sou pelegrino
Cobra coral, eu sou filho teu
Mas toca fogo na areia do mar
Caboclo índio ele veio vadiar
Ô uma nuvem roxa
Derramou água no mar
Ô graças a Deus
Chegou eu Tupinambá
Tupinambá é o rei da aurora
Sou eu Tupinambá
Que cheguei na aldeia agora
Quando eu entrei nas matas
Meu Deus pra onde eu vou
Vou em procura do meu pai Eru
Que ele é meu protetor
Eu já vou embora
Minha morada não é essa
Eu já vou embora
Minha morada é na floresta
Eru, Eru, ô Eru trabalha bem
Eru trabalha na macumba
Nas horas de Deus, amém
Pai, divino espírito santo
Nas horas de Deus amém
Ô deixa eu me benzer primeiro
Pra livrar de algo, porém
Caboclo Eru, olha ele, olha ele
Caboclo Eru olha ele olha lá
Com as santas forças
Não tem nó que não desata
E o nó que eu dei só Jesus pra desatar
Eru turrou na mata, o povo se assustou
Aê, Eru, Eru da mata eu sou
Eru não conhece gente
Eru só conhece mato
Eru, Eru, ô Eru é caboclo bravo
Caboclo Eru, no Brasil ele é guerreiro
Caboclo Eru, no Brasil ele é guerreiro
Ele é malcriado, pra quem bole com ele
Ele é malcriado, pra quem bole com ele
O samba de Eru é pesado
É pesado, é pesado
Ô samba Eru, êá,
O samba do mato é bom
Eu sou caboclo Eru, eu vim obedecer
Eu sou caboclo Eru, eu moro é no massapê
Adeus, adeus, adeus pátria, adeus
O céu é luz, adeus pátria, adeus
Aê, boca da mata
Ô deixa os caboclos passar
Aê, boca da mata
Pra ele poder sarava
Olha eu
Olha Bom Jesus da Lapa
Olha Bom Jesus da Lapa
Chegou eu Sultão das Matas
Quando eu vinha da minha aldeia
E arrastava minhas percatas
Na chegada dessa casa
Caboclo velho é Sultão das Matas
Auê, auê, Sultão das Matas
Sultão quem lhe chamou foi eu
A onça só teve de medo
Foi do gemido que o Sultão deu
Quando eu andava em um caminho
Eu encontrei com Nossa Senhora
Aê, pai-de-santo
Sultão das Matas chegou agora
Eu sou um caboclo que moro nas matas
Ô eu me chamo é Sultão das Matas
Sultão, Sultão
Mas o rei dos caboclos é Sultão
Sultão, Sultão
Não tem medo de pisar no chão
Meu leão gemeu gemeu
Meu leão roncou roncou
Apruma rapaziada
Sultão das matas chegou
Meu sultão quando ele chega
A mata toda estremece
A pedra do morro desce
Caboclo ele é quem esmorece
Sultão da Mata não tem roupa
Sultão da Mata só anda é nu
Sultão da Mata não tem panela
Sultão da Mata só come é cru
Eu mato sem fazer sangue
Engulo sem mastigar
Me chamo Sultão das Matas
Não nego meu natural
Sultão ê, meu pai
Sultão veio vadiar
Sultão da boca da mata
Ele é o rei dos orixás
Mata fechada, mata fechada
Ê naquela mata é minha morada
Sultão da Mata matou um passo de pena
Sultão da Mata matou um passo de pena
Ê, ê, ê, lá na aldeia da jurema
Ê, ê, ê, lá na aldeia da jurema
Na minha aldeia tem cobra preta
Na minha aldeia tem jaracuçu
Eu botei o meu joelho no chão
Dei um grito bem alto na chegada de
Sultão
Sultão das Matas é meu
Amigo oiá
Eu sem sultão das matas
Eu não posso trabalhar
Sultão da Mata verde
Ê, ê, ê, ê, ê, á
Sultão da Mata verde
Ê, ê, ê, reparrê mata pesada
Quando os passo canta
Que a manda chora
Quando os passo canta
É caboclo que já vai embora
Gentio da minha aldeia
Vem brincar mais eu
Nas horas de Deus
Quem chamou Gentio foi eu
Gentio, meu irmão
Camarada meu
Sai da tua aldeia
E vem brincar mais eu
Eu sou um caboclo de opinião
Eu sou Gentio guerreiro
De bom coração
Gentio da mata bruta vai buscar sua corrente
Está desconfiado porque está no meio de gente
Ô Gentio não tenha vergonha não
Aqui é casa de santo não é brincadeira não
E ô, Gentio
Tanto que eu te chamo que demora é essa
Ô, meu pai
Mas eu tava no mato jogando flecha
Gentio, Gentio, Gentio
Chegou Gentio foi da mata de Angola
Gentio, Gentio, Gentio
Com a fé em Deus seu Gentio chegou agora
Ai ai meu Deus
Cheguei na aldeia do meu Gentio
Não tenha medo daquela mata fechada
Sou Caboclo das estradas
Eu cheguei aqui
Sou Gentio, sou gentiler
Sou Gentio, sou gentiler
Ai, ai, ai
Sou Gentio da manda chora
Sou Gentio da manda chora
Sou Gentio, sou Gentio, sou Gentio
Eu sou Gentio minha mãe vim vadiar
Eu sou Gentio
Acompanhado de Alemanha, mamãe
Sou Gentio, sou Gentio, vim vadiar
Eu vim aqui hoje
Vim matar minha cegueira
Eu sou caboclo bravo
Sou Gentio de capoeira
No fundo do mar
Tem uma fonte bela
Aonde o rei Gentio
Bebe água nela
Ô Gentio vai buscar a sua flecha
Ô meu pai, se eu for lá Sultão me pega
Passa a nuvem
Torna a passar
Clareia as estradas
Que é hora de eu viajar
Ê, juremeira, ê, juremá
A folha caiu serena, Jurema
Dentro desse conga
Ô juremeira, ô juremá
Com a casca da jurema
Juremeira, juremá
Ô, Jurema de cá, Ô, Jurema de lá
É, Juremeira, é Juremeira
Eu vou beber minha jurema, dê no que der
Lá no pé da juremeira, dê no que der
A jurema é boa, dê no que der
Eu vou beber minha jurema, dê no que der
É coco no ar, é coco no chão
É juremeira, é juremeira!
Meu irmão, vou lhe pedir
Vós queirais me perdoar
A jurema do peji, ô meu irmão
Vós dais um pouco esse orixá
Caboclo bebeu jurema
Caboclo se embriagou
Com a folha do mesmo pau
Caboclo se levantou
Ê Jurema, é o pau que não bambeia
É o pau que não bambeia, Jurema
Aqui nessa aldeia
Ô flor, que tanto cheira
Mas é a flor, meu Deus, da juremeira
Seu Juremeira, aonde vai
Eu vou pra minha terra
Seu Juremeira, espera eu
Que eu vou vencer a guerra
Adeus, surpresa
Rainha das Flor
Quando você for
Me leva que eu também vou
Leão, é turco
Leão é vencedor
Leão é rei das feras
Mora no jardim das flor
Puxa na linha do Turco Leão
Ê, vem, ê, vem
Puxa na linha do Turco Leão
Ê, vem, ê, vem
Ô Leão, ô Leão
Meu pai é rei Leão
E você, Rei dos Leão
Eu já me embora, eu não posso demorar
Meu pai tá me chamando
Ô lá no forte do mar
Quando a aldeia mineira chegar
Ai, ai, meu Deus
Ai, ai, meu Deus
Quando a aldeia mineira chegar
Ô, Mineirinho, ô, mineirá
Eu venho de longe terra
Da aldeia do lajeá
Ô Mineiro, ô, Mineiro
Ô Mineiro da lavra sou eu
Ô Mineiro, ô, Mineiro
Ô Mineiro da lavra chegou eu
Ô pedra, ô pedra, ô pedra
Aquela pedra ela é meu guia
Ô pedra, ô pedra, ô pedra
Aquela pedra que o Mineiro queria
Ô pedra, ô pedra, ô pedra
Aquela pedra é pra nós curá
Ô pedra, ô pedra, ô pedra
Aquela pedra é de Oxalá
Eu sou Mineiro
Eu sou de luz
Eu vim da Lapa
De bom Jesus
Eu sou um caboclo de Minas
Eu venho de Minas Gerais
Aqui não é terra de Aruanda
Em Aruanda só se anda devagar
Ô, Mineiro, ô, Mineiro
Ô Mineiro paragadá
Sou caboclo, sou Mineiro
Ô Mineiro paragadá
Olha onde você pisa, caboclo
Olha sua pisada, caboclo
Deus guia seus passos pra frente, caboclo
Olha sua pisada, caboclo
Ô Mineiro tremeu, tremeu
Ô Mineiro tremeu, meu Deus
Ô Mineiro tremeu, tremeu
Chegou nas horas de Deus
Eu sou de mina
Eu sou de mina
Eu sou de mina
De Minas Gerais
Eu sou de mina
Mineiro estava na serra
O barranco desmoronou
Mineiro chama seu povo
Que mineiro é curador
A aldeia me chama não posso faltar
Cadê meu pai-de-santo nesse canzuá
Eu vou furar meu peito com a lança fina
E aparar meu sangue com a mão divina
Eu já vou, já vou
eu já vou pra lá
eu já vou meu pai de santo
eu já vou me arretirar
Ê vem Oxóssi, com seu cavalo
Com sua lança e a sua espada na mão
Com seu penacho, deixa correr
Vamos saravá Ogum de Lê
Oxóssi rompe mata
Fura abelha e bebe mel
você não brinca com Oxóssi
que não sabe ele quem é
Oxóssi é maiongá, ae ae maiongá
Oxóssi é maiongá, ae ae maiongá
É de cetroá, maiongá
Ae ae maiongá
Oxóssi foi pra mata
A mata embalanceia
Oxóssi volta alegre
Quando a capanga vem cheia
Oxóssi matou um boi
Na porteira do curral
Olha lá, olha lá
Venha ver seus orixás
Oxóssi é, Oxóssi é o que
Oxóssi é, Oxóssi é o que
Salve a lua nova
Salve o arerê
Salve a lua nova
Salve o arerê
Senhor Oxóssi eu atirei na areia
Senhor Oxóssi eu atirei na areia
Atirei na areia, atirei na areia
Atira, atira, atira
Eu atirei pro ar
Atira, atira, atira
Eu atirei pro ar
Eu atirei senhor Oxóssi
Mas não foi para matar
Ô lico tico, lico tico, lico tico é
Quem quiser pegar caça
Vai armar mundé
Quem manda no mato é Oxóssi
Oxossi é caçador, Oxóssi é caçador
Eu vi meu pai assoviar
Eu mandei chamar
É em Aruanda, ê, é em Aruanda, á
Sou pena verde da umbanda
É em Aruanda
Nas minhas matas tem caboclo
Nas minhas matas tem cachoeira
No meu saiote tem penas douradas
Meu capacete brilhou na alvorada
Não toca fogo na mata
Na mata tem morador
De lá da mata chegou
Oxóssi velho curador
Ê Oxóssi onde é sua morada
Eu moro é na mata bruta
Naquela mata fechada
Oxóssi é rei das matas
É Oxóssi
Oxóssi é um caçador
É Oxóssi
Que povo é esse
Ô, que mandaram me chamar
Mas é o povo dessa casa
É o meus irmãos
Meus amigos leá
Eu passeava em tão bela aldeia
Eu passeava em tão bela rua
Ó, que beleza
Seu Jericó no clarão da lua
Ô, lua
Que noite bela
Eu só queria
Conversar com ela
Ô, lua, eu vi a lua
Ô, que moça bela
Ô, lua, eu vi a lua
Eu conversei com ela
Jericó velho, boiadeiro
Meu pai tenha pena de mim
Mas eu vim pela mata de flor
Ô, valei-me, Senhor do Bonfim
Na pancada do couro, eu vim
Na pancada do couro, eu vou embora
Ô lua nova que clareia o oriente
Ô lua nova que clareia os Orixás
Ô lua nova que clareia essa casa
Ô lua nova que eu preciso trabalhar
A cancela bateu, quem vem lá
É Tomba Morro, meu Deus
A cancela bateu, quem vem lá
É Tomba Morro, valha-me Deus
Tomba Morro onde você mora
Eu moro é no pé da serra
Ô quando precisar de mim me chama
Que eu venho vencer a guerra
Eu me chamo é Tomba Morro
Eu não sou de brincadeira
Eu vou tombar as minhas pedras
Lá no pé da cachoeira
Meu pai eu vou te pedir
Com a dor no coração
Tomba Morro ê vem aí
Eu não quero ele aqui não
Tomba Morro mora, no pé da serra
No pé da serra, meu Deus
Tomba Morro mora
Ô, vamos tombar o morro
Ô, vamos tombar o morro
De cabeça para baixo
As água levam
Eu já tombei, mandei tombar
As pedras finas no meio do mar
Eu já tombei, mandei tombar
As pedras finas no meio do mar
Oê Tomba Morro
Vós espia quem vem lá, Tomba Morro
Por cima daquele morro
Só vejo pedra rolar
Debaixo daquele morro
Só vejo cobra piar
Deus lhe dê boa viagem
Deus lhe dê boa viagem
Nas ondas do mar sagrado
Eu não digo o meu nome
Eu só ando é calado
Eu me chamo é Tomba Morro
E o que eu tombei está tombado
Ô mãe, quando for a senhora me leva
Me leva, minha mãe, pra sua aldeia
Ô mãe sou seu filho e estou cansado
Ô mãe, de viver na terra alheia
Chapéu de couro, por Deus abençoado
Me dá licença pra eu entrar nesse reinado
É meia-noite quando o galo cantou
É de manhã o dia já amanheceu
Seu Preto Velho pegou sua espada
Para debater com seus inimigos
Olhei pro céu, vi a estrela correr
Olhei pra baixo, vi a pedreira rebolar
Seu Preto Velho pegou sua espada
E a Sereia cantou no meio do mar
Preto Velho, Preto Velho
Preto Velho do canjarê
Comigo é na macumba
No azeite de dendê
Preto Velho, Preto Velho
Preto Velho curador
Comigo ninguém topa
Comigo ninguém topou
Passei na porta de um bar
Me chamaram de cachaceiro
‘Sê besta, moleque ousado
Se eu bebo é com meu dinheiro
Meu pai ê vem o velho
O velho vem do mar
O velho de tão velho
Que não pode mais andar
Meu pai ê vem o velho
O velho ê vem de aldeia
O cabelo do velho
De tão alvo que alumeia
Sou eu Preto Velho
Que não mexo com ninguém
Se mexer comigo topa
Se topar não fica bem
Mamãe Catarina
Balaio de fulô
Balaio de fulô
Balaio de fulô
Ô, eu já vou, já vou já
Vou embora pro lado de lá
Vou embora pro lado de lá
Senhor do Bonfim é quem vai me levar
Eu já vou embora
Minha morada não é aqui
Eu já vou embora
Minha morada é no peji
Meu povo, adeus
Que eu vou de mundo afora
Vou ver Ogum lá em Aruanda
Com Deus e Nossa Senhora
Com Deus e Nossa Senhora
Eu vou ver meu pai Ogum
Me dê licença Oxalá
Pra visitar dolorum