Portas abertas, casa incensada
Ogum de Lê, é coroado

Senhor Ogum, vem cá, vem cá
Tá lhe chamando lá na aldeia Cetroá

Fala Ogum, fala Ogum-ê
Fala Ogum, seu Ogum tá no jarê

Ogum no seu cavalo branco
E com a sua espada de luz
Ogum, Ogum meu pai
Cubra teus filhos com o manto de Jesus
Ogum de Lê, meu pai

Ô narê, fala Ogum que é de Lê, leguedê
Fala Ogum que é de Lê, camurajô
Fala Ogum que é de Lê, leguedê

Ogum, ogum
Ouça a voz de quem voz chama
Ouça a voz de quem voz chama
Lá na aldeia de aruanda

Da torre da igreja, Ogum assobiou
Ogum abençoado, foi Jesus que abençoou
Ogum, Ogum, ê Ogum nunca faltou
Ogum foi dos primeiros que nessa casa
chegou

Seu Ogum Beira-Mar
O que é que trouxe de lá
Seu Ogum Beira-Mar
O que é que trouxe de lá
Mas ele veio, ele veio beirando a aldeia
Ele traz contigo o retrato de mamãe Sereia

Ô vamos bater palma na coroa de Ogum
Ogum venceu a guerra
Vamos todos, saravá

Eu sou Ogum
Não bebo nada
Só bebo água de sereno
Quando eu achava

Quem mexer com os filhos de Ogum
Morreu, morreu, morreu
Quem mexer com os filhos de Ogum
Morreu, morreu, perdeu

Senhor Ogum foi pra Itália
E Oxalá deu carta branca
Senhor Ogum foi para guerra
Senhor Ogum foi vencer demanda

Eu tenho minhas sete espadas
Pra me defender
Eu tenho Ogum na minha companhia
Ogum-ê, meu pai
Ogum-ê, meu guia
Ogum-ê, meu pai
Ogum abençoado o filho da Virgem Maria

Ogum é pai, é pai
Ogum não engana ninguém
Ogum é pai, é pai
Ele debate também

Ô, abre as estradas Ogum
A porta, Baluaê
Oxalá é quem manda
Santa Bárbara vem trazer

Ô meu senhor, Ogum
Ô meu senhor, Ogum de Lê
A estrela que mais brilha
Em Aruanda, aê

Aonde está, senhor Ogum
Aonde está que não me responde
Ele está em alta aldeia
Aonde mora o rei de conguê

Ô méje méje, de Ogum mejê-eá
Ogum mejê-eá

Ogum das sete espadas
Das sete espadas, meu Deus
Valei-me senhor Ogum
Valei-me Ogum, meu Deus

Onde está Ogum
Que eu venho te ajudar
Eu vou pra minha aldeia
Eu vou e torno voltar

Ô xá, de xaraxaxá
Ogum ê, Ogum á
Ô xá, de xaraxaxá
Senhor Ogum já veio do mar

Só Deus, só Deus
Só mesmo Deus
Com os filhos de Ogum
Só quem pode é Deus

Ogum debateu, debateu, debateu
Meu Deus, Ogum debateu
Ogum nunca tremeu, meu Deus

Esse caboclo é bom
É bom pra guerrear
No terreiro de Ogum
Quando a aldeia precisar

Ogum menino, Caiçara no lajedo
Aê, aê, Caiçara no lajedo

Sou eu, pai Ogum
Sou filho que não tenho medo
Eu não tropeço no caminho
Mas também não escorrego no lajedo

Ogum-inho veio, Ogum já veio do mar
Ogum-inho veio, Ogum, do pé da serra

Olha pro céu, filho
Que Deus é um bom pai
Quem é filho de Ogum
Ê, balança mas não cai

Ô, gira-ê, giranda
Corta a língua desse povo falador
Na minha espada eu não tenho embaraço
Me chamo Ogum de Lê
E o meu peito é de abençoado

Saravá, saravá
Ô viva, meu pai Oxalá
Saravá, saravá
Ô viva Ogum, que ele veio vadiar

Ogum de Lê
Qué, qué, qué, cereuá
Ogum de Lê
Qué, qué, qué, maiongá

Ogum pisou na pedra
A pedra balanceou
O mundo tava virado
Santo Antônio endireitou

Seu Ogum de ronda, ele vem rondar
Seu Ogum de ronda, ele vem rondar
Ô ele não faz ronda
Ele veio olhar olhar

Ogum correu da cutela caiu na curela
Ogum de Lê
Ogum correu da cutela caiu na curela
Ogum de Lê

Ogum é rei dos ares
Ele é iolodê
Ogum é rei dos ares
Ele é iolodê

Quando Oxalá partiu pra guerra
Ogum tomou conta do lugar
Olha teus filhos no terreiro Ogunhê
Não deixa seus filhos sofrer

Ogum já vai embora, ô gente
Vai no balanço do vento, ô gente

Caboclo já vai embora
Já vai pra pedra do ouro
Vai buscar o caboclo
Que não engole desaforo